Comunidade de Ipanguaçu/RN está usando técnica para construir o Museu da Picada
Construído a partir da articulação e mobilização comunitária, o Museu da Picada, que fica localizado na cidade de Ipanguaçu, no Rio Grande do Norte avançou para o seu segundo módulo e promoveu durante o mês de abril oficinas de construção de tijolos ecológicos voltadas para moradores, grupos e articuladores da iniciativa. O objetivo das oficinas é capacitar a comunidade em técnicas de bioconstrução, que consiste em utilizar matéria-prima local, material mais barato e sustentável para erguer o museu da comunidade quilombola.
O Museu da Picada está sendo construído com o envolvimento de moradores, associações comunitárias, escolas e grupos culturais em formato de mutirões. Todos esses atores participam ativamente de todas as etapas e desde a concepção do projeto. Já com o seu primeiro módulo construído, a comunidade conseguiu o seu espaço para a realização de atividades educativas e culturais inclusivas.
OFICINA DE BIOCONSTRUÇÃO
Nas oficinas, os participantes aprendem a fabricar os tijolos com barro e cimento. Os tijolos ecológicos produzidos durante os mutirões serão utilizados na construção dos próximos módulos do museu, garantindo não só a redução dos custos do projeto, como também o aproveitamento de matéria-prima local e ainda a sustentabilidade da iniciativa. As oficinas também incentivam o processo de mobilização e organização comunitária, além de fortalecer os laços de pertencimento de todos os envolvidos.
Entre março e abril de 2023 foram realizadas duas oficinas e mutirões para a construção de fabricação de tijolos ecológicos que serão utilizados para a construir os espaços de banheiros e o almoxarifado do museu. A utilização do tijolo ecológico é a segunda técnica de bioconstrução utilizada para edificar o museu. Na construção do primeiro módulo, os moradores optaram por utilizar a técnica superadobe; uma alternativa de construção simples, onde os sacos são preenchidos com areia e cimento, compactados e posicionados um sobre os outros, para formar estruturas que servem como paredes para a edificação. (Foto em anexo)
GALERIA AO AR LIVRE
Além de não utilizar técnicas de construção convencional, o Museu da Picada também dispõe de um espaço de galeria ao ar livre, que homenageia personagens negros (nacionais, estaduais e locais) que deram importantes contribuições à luta do povo negro pela conquista dos seus direitos.
O principal objetivo do Museu da Picada é organizar e disponibilizar a memória e história da comunidade, suas narrativas, saberes e fazeres populares como forma de fortalecer a identidade quilombola. Com isso o espaço contribuirá ainda mais para a organização comunitária, o protagonismo dos atores locais, além de ser um local de construção de políticas públicas que promovam o desenvolvimento local e sustentável.
O Museu Quilombola é uma iniciativa da comunidade através de 03 associações comunitárias e 02 grupos culturais locais e conta com a assessoria do Centro de Documentação e Comunicação Popular – CECOP. A iniciativa foi premiada internaciolnamente com o Prêmio Ibermuseus de Educação, além de ter sido contemplado pelo Programa Itaú Social Unicef e a Lei Aldir Blanc de Cultura.
O projeto conta ainda com a parceria da Rede de Pontos de Memória de Museus Comunitários do RN, da Secretaria Estadual de Educação e Cultura do RN, através da Rede Potiguar de Televisão Educativa e Cultural – RPTV e da 11ª Direc de Assú, além da Prefeitura Municipal de Ipanguaçu e a Escola Municipal Nelson Borges Montenegro.
Contatos: Raimundo Melo (84) 99950-4984 /98843-3745) / Talita Barbosa (84) 98762-2916)